Nesta quinta-feira (26), em Brasília (DF), o governador João Azevedo manteve audiência com o Ministro dos Portos e Aeroportos, Márcio França, onde na ocasião solicitou o início da construção do aeroporto de Patos e a viabilização junto às empresas aéreas (Azul e Gol) de voo regular para a cidade de Cajazeiras, no Sertão da Paraíba, possivelmente, saindo de capital João Pessoa e da cidade de Campina Grande.
Sem representantes políticos no Congresso Nacional e nem tão pouco na Assembleia Legislativa da Paraíba, a cidade de Sousa, que geograficamente está localizada entre as cidades de Patos e Cajazeiras assiste de camarote o desenvolvimento sobrevoar sua planície.
Sabemos que a cidade de Patos tem um contingente populacional e um comercio pujante. Somos sabedores também que Cajazeira, terra de Padre Rolim, tem no setor educacional, com universidade e faculdades particulares e públicas, o seu ponto forte. E Sousa? Sousa tem dois perímetros irrigados pelas águas do Rio são Francisco, o setor industrial muito forte principalmente na área de laticínios, além de atrativos turísticos como Vale do Dinossauro e Açude de São Gonçalo. O setor produtivo e oportunidades de trabalho são bem mais pujantes do que Cajazeiras, por exemplo.
Mas, por que os aviões vão sobrevoar Sousa? Com potencial econômico e turístico que superam, em muitos aspectos, as urbes de Patos e Cajazeiras, a cidade sorriso tem. Porém, a terra dos dinossauros não tem é força política e pouca mobilização social. E justamente nesta fraqueza que os potoenses e cajazenses são fortes e muito bem articulados. Patos tem um deputado Federal (Hugo Mota) e um Estadual (Chica Mota). Cajazeiras tem um deputado Federal (Wilson Santiago) e três estaduais (Dra. Paula, Chico Mendes e Júnior Araújo. E Sousa? A cidade sorriso tem Dimas Gadelha (PT), eleito pelo Estado do Rio de Janeiro, onde milita politicamente, há muitos anos e não tem compromisso político com a terra dos dinossauros.
Diante deste cenário, está mais do que provado que não adiante apenas ter potenciais turísticos e econômicos fortes, sem articulação política e mobilização social. Porque sem eles, o desenvolvimento sobrevoa e vai pousar em outras terras.
Tanto é assim, que na sua viagem a Brasília, além de tratar de aeroportos de voos para Cajazeiras e Patos, João Azevêdo também se reuniu com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e solicitou o destravamento de recursos para as obras de recuperação da barragem de Engenheiro Ávidos, em Cajazeira, e do Ramal Piancó, que também vai trazer segurança hídrica para região de Patos. Enquanto isso, o perímetro irrigado de São Gonçalo aguara há anos recursos para modernização do seu sistema de irrigação e grande parte do Projeto de irrigação das Várzeas de Sousa também não dispõe do sistema.
Até quando os moradores da cidade sorriso, da terra dos dinossauros, da terra de Bento Freire vão assistir este filme triste, que não é de amor, sobrevoar nossas cabeças? Até quando?.