O ex-prefeito do Município de São José da Lagoa Tapada-PB, Claudio Antônio Marques de Sousa, conhecido popularmente como Coloral, revelou irregularidades financeiras com desvio de recursos públicos cometidos pelo ex-secretário de Finanças Julierme Lino de Sousa. No Boletim de ocorrência registrado por Coloral na delegacia de polícia de Sousa-PB nesta segunda-feira (20), aponta inconsistências nos extratos bancários de contas públicas apresentado por Julierme com possíveis desvios de recursos no montante de R$ 1.370.000,00 (um milhão, trezentos e setenta mil reais).
De acordo com o ex-prefeito, o desvio foi descoberto quando solicitado ao atual secretário de finanças, Carlos Antônio Moura Xavier Filho, que fornecesse os extratos bancários de todas as contas vinculadas à Prefeitura Municipal, incluindo o Fundo Municipal de Saúde e o Fundo Municipal de Assistência Social. A análise preliminar feita pelo ex-prefeito revelou uma discrepância significativa em uma das contas bancárias. O saldo apresentava somente R$ 4.917,73 (quatro mil, novecentos e dezessete reais e setenta e três centavos), onde na verdade deviria constar saldo bancário de R$ 1.379.586,74 (um milhão, trezentos e setenta e nove mil, quinhentos e oitenta e seis reais e setenta e quatro centavos).
Indícios de falsificação e desvio de recursos
Conforme detalhado, extratos bancários fornecidos pelo ex-secretário Julierme Lino de Sousa apresentavam dados que não correspondiam aos documentos oficiais obtidos em janeiro de 2025. Entre as descobertas, verificou-se que transferências de recursos do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (FUNDEB) para a conta de pagamento de funcionários (FOPAG) não ocorreram como indicado. Em vez disso, os valores teriam sido direcionados para outras contas, incluindo uma vinculada ao próprio ex-secretário e outra de titularidade da empresa Arena São José Esporte e Convivência Ltda., administrada pela mãe do acusado.
Os registros mostram que, somente no mês de abril de 2024, mais de R$ 887 mil foram transferidos de maneira suspeita. Nenhuma das transferências auditadas até o momento apresenta respaldo legal, já que não há registros de empenho ou justificativa formal.
Confissão e justificativas
Segundo o ex-prefeito, ao ser confrontado sobre as discrepâncias, Julierme Lino de Sousa teria confessado a falsificação dos extratos bancários e os desvios de recursos. O acusado teria alegado estar sendo extorquido por uma milícia, que o ameaçava junto à sua família. A denúncia aponta para um possível esquema de falsificação com o objetivo de encobrir as movimentações irregulares e justificar balanços financeiros da Prefeitura.
Próximos passos
A denúncia será encaminhada às autoridades competentes para investigação detalhada. O ex-prefeito, responsável pela prestação de contas do exercício de 2024, afirmou na delegacia que apresentará provas adicionais, incluindo planilhas detalhadas das movimentações financeiras auditadas. A expectativa é que as investigações confirmem as irregularidades e levem os responsáveis a responderem judicialmente.
Caso as acusações sejam confirmadas, a situação poderá configurar não apenas improbidade administrativa, mas também crimes financeiros e de responsabilidade. Até o fechamento desta matéria, o acusado não foi localizado para comentar as alegações.
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