Prefeitos e prefeitas de mais de 200 municípios paraibanos participam de uma mobilização, nesta quarta-feira (30), na Praça João Pessoa, em frente à Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), em João Pessoa, a partir da 09h00, para cobrar soluções da queda de recursos para os municípios.
O prefeito de Sousa, Fábio Tyrone (PSB), também aderiu à manifestação. Ele determinou paralização em alguns serviços oferecidos pela prefeitura, exceto nos essenciais executados pelo DAESA, Secretaria Municipal de Saúde, Educação e Infraestrutura.
Vale salientar que Fábio Tyrone, prefeito do município sertanejo, votou nos dois turnos das eleições de 2022 em Lula (PT) para presidente. Em Sousa, Lula foi o candidato mais votado para a Presidência da República em Sousa (PB). Ele recebeu 26.755 votos, o equivalente a 71,70% do total da cidade. Já Jair Bolsonaro (PL) foi a escolha de 28,30% dos eleitores e recebeu 10.562 votos.
A mobilização é encabeçada pela Federação das Associações de Municípios da Paraíba (Famup) e conta com apoio da Confederação Nacional de Municípios (CNM). Intitulada “Sem FPM não dá. Dia 30 vamos parar!” terá duas frentes: a mobilização na Praça dos Três Poderes, no Centro de João Pessoa; e o fechamento da parte administrativa das prefeituras.
O FPM é a principal receita de sete em cada dez municípios brasileiros. 51% dos municípios estão com as contas públicas no vermelho. No primeiro semestre do ano passado, a proporção era de 7%.
2.362 cidades registraram déficit primário nos primeiros seis meses de 2023. O número é quase sete vezes o registrado em igual período do ano passado (342). A cada R$ 100 arrecadados por pequenos municípios, R$ 91 são utilizados para pagamento de pessoal e custeio da máquina pública.
A redução em emendas de custeio no primeiro semestre de 2023 em comparação a 2022 foi de quase 73%, passando de R$ 10,43 bilhões para R$ 2,80 bilhões.
Aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 25/2022, que institui o adicional de 1,5% do FPM no mês de março
Compensação de R$ 6,8 bilhões pelas perdas dos municípios com a redução do ICMS sobre combustíveis, aprovada no ano passado, ainda sob o governo Jair Bolsonaro (PL).
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