A gestão da prefeita Leninha Romão, está prestes a abrir os cofres públicos para um gasto, no mínimo, polêmico: mais de R$ 200 mil para contratar apenas quatro funcionários da limpeza urbana. Isso mesmo. Dois varredores e dois podadores vão custar aos cofres do município a impressionante bagatela de R$ 200.210,33 durante um ano.
O processo licitatório, que acontecerá no dia 21 de maio de 2025, através do Portal de Compras Públicas, prevê a contratação de uma empresa especializada para fornecer essa mão de obra enxuta — e caríssima. Segundo o edital de Pregão nº 00012/2025, a empresa deverá fornecer os quatro trabalhadores com Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), supervisão técnica e atendimento integral às normas trabalhistas e previdenciárias.
A justificativa apresentada pela gestão Leninha Romão não convence a todos. A Prefeitura alega que a contratação é necessária para suprir o "aumento da demanda" de serviços de varrição e poda, resultado da expansão urbana da cidade. Contudo, críticos apontam a incoerência: com R$ 200 mil, seria possível contratar muito mais que quatro profissionais ou, ao menos, ampliar de forma mais eficiente a equipe já existente.
Desproporcionalidade ou má gestão?
Especialistas ouvidos por nossa reportagem questionam o valor exorbitante do contrato. Na ponta do lápis, cada trabalhador custará aos cofres públicos mais de R$ 50 mil por ano, o que equivale a cerca de R$ 4.170 por mês por profissional, incluindo encargos, supervisão e insumos. Em uma cidade de pequeno porte como Uiraúna, o montante levanta dúvidas sobre a real vantajosidade e a economicidade da contratação.
Além disso, a própria Prefeitura reconhece no documento oficial que já existe uma empresa contratada para a execução desses serviços — ou seja, o novo contrato é um reforço, e não uma substituição. Para muitos, a medida soa como um “cheque em branco” que poderia abrir brechas para desperdício de recursos ou até favorecimento de empresas.
Enquanto isso, moradores seguem reclamando da precariedade em outros setores básicos. “O posto de saúde está sem médico, a escola sem merenda, mas vão gastar R$ 200 mil para varrer rua?”, questiona indignado o comerciante João Carlos, morador do centro da cidade.
A população agora aguarda respostas mais claras da gestão Romão, enquanto a licitação segue marcada — com cheiro de polêmica — para o dia 21 de maio.